domingo, 25 de janeiro de 2009

Látex é transformado em tecido ecológico

O tecido da floresta! Na Amazônia, os seringueiros encontraram alternativas para uso do látex. Em Rondônia, eles trabalham com um produto que já conquistou o mercado.
Machadinho d’Oeste fica a 400 quilômetros de Porto Velho. Existem doze reservas extrativistas na região. Oito delas estão ativas. Na reserva Quariquara moram 38 famílias. O dia de trabalho na floresta começa muito cedo. Os seringueiros caminham até sete quilômetros por dia na mata fechada. Eles vêm de muitas direções e têm um código sonoro para se encontrar.
O látex é a principal atividade econômica da região há décadas. Os atuais seringueiros cresceram na floresta.

A produção de borracha já foi lucrativa. Com o enfraquecimento do mercado, muita gente abandonou a atividade. Mas em Machadinho d’Oeste, interior de Rondônia, dentro da Floresta Amazônica, os seringueiros foram criativos e encontraram um novo fim para o látex. O líquido é transformado em um tecido ecologicamente correto, usado para fazer pastas, bolsas e mochilas. Mas até isso ficar pronto é preciso muito trabalho.
Atualmente, o tecido da floresta dá muito mais lucro do que a borracha. Em 2004, o Sebrae apoiou a criação de uma cooperativa que organizou o setor.
A colheita acaba e é hora de transformar o látex em tecido. Na floresta, os seringueiros usam a defumação. Em um barracão fechado, a fornalha é abastecida. A fumaça sobe, aquece o ambiente.
O látex é derramado sobre uma manta de algodão. O calor une os dois materiais em um tecido emborrachado e a fumaça ainda ajuda na coloração. O Sebrae contratou um químico que eliminou o cheiro do tecido.

A cadeia produtiva do tecido da floresta beneficia a cidade inteira. Quinze mulheres fizeram cursos de design, corte e costura. Elas produzem duzentas bolsas por mês e cada uma ganha entre R$ 15 e R$ 25 por peça pronta.
A cada três meses, a cooperativa lança novos modelos. As bolsas já são vendidas em lojas de vários estados. Um novo curso do Sebrae vai ensinar a substituir argolas e fechos pelo ouriço da castanha. A coperativa tem outra fonte de renda: vende o tecido da floresta para fábricas de São Paulo que desenvolvem produtos próprios. O Sebrae continua a buscar mercado para o tecido da floresta. O objetivo é fazer o produto ser tão popular quanto o algodão ou o linho.



Assista ao vídeo: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM949215-7823-EM%20RONDÔNIA,%20LÁTEX%20É%20TRANSFORMADO%20EM%20TECIDO%20ECOLÓGICO,00.html

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